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A retomada do BRICS ameaça a soberania estadunidense na economia?

Em março de 2023, com a viagem do atual presidente ao continente asiático, o Brasil passou a movimentar-se no cenário econômico exterior com as negociações de retomadas do BRICS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul), junto à busca do fortalecimento do mercado árabe, que possui curta relação comercial com nosso país, mas com altos potenciais no agronegócio e na alta tecnologia. Assim, numa tentativa de fuga da alta valorização do dólar que afeta a importação para os países subdesenvolvidos, visa-se a retomada da relação com o país asiático, que trouxe uma expectativa de investimentos em diversos setores, sendo dois deles o setor de energia e o setor agrícola, que possui maior contribuição no comércio externo do Brasil. Por isso, os árabes são vistos da mesma maneira, com a elaboração de acordos bilaterais, busca-se a ampliação do comércio entre os dois países.


mapa mundi Brics

Segundo a reportagem da BBC, “A China vai desbancar os Estados Unidos como a maior economia do mundo em 2028, cinco anos antes do que o previamente previsto pelo Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês)”. Os EUA estão em passos largos sendo superados pelos chineses no maior PIB global e com isso perdendo sua hegemonia econômica, fazendo com que países subdesenvolvidos como o Brasil, busquem novos aliados para evitar uma nova crise econômica mundial. Por isso, a China é vista como um aliado econômico mais forte, devido às grandes exportações, uma delas, no segmento agrícola, no qual representa 7% a mais em comparação com o mesmo mês em 2022, ou seja, a receita dos exportadores foi de US$ 851,2 milhões, alta de 7% na mesma comparação, segundo informações da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).


O segmento de fontes de energia com a demanda por eletricidade crescente, necessita de maiores produções e traz à tona as formas de energia renováveis, porém com alto grau de complexidade somado à falta de recursos próprios para sua aplicação. Aliado a isto, o Brasil é dependente de sua geologia e biodiversidade complexa, a qual necessita de constantes alterações para o uso dos seus potenciais. A visita dos chineses no Brasil trouxe à tona um acordo para produção de energia limpa e sua estatal Energy China International se comprometeu a investir 10 bilhões de dólares no Brasil, segundo o Ministério de Minas e Energia, em comunicado, após encontro do ministro Alexandre Silveira com o presidente da elétrica chinesa.


A relação com o mercado árabe cresceu em 2022 e de acordo com informações do governo brasileiro, os Emirados Árabes Unidos estão entre os três principais parceiros comerciais do Brasil no Oriente Médio. No mesmo ano, o comércio bilateral alcançou US$ 5,7 bilhões, aumento de 74% em relação a 2021, com superávit brasileiro de US$ 739 milhões. Logo, a ampliação das relações bilaterais entre os países, torna-se mais uma alternativa de conciliação para a fuga da dependência norte-americana a qual será proposta a criação de moeda específica para relações comerciais dos países membros integrantes do BRICS .


Portanto, uma diversificação de aliados econômicos incomodará a aliança brasileira com os EUA e a retomada de negociações com países asiáticos e árabes, a longo prazo, traria estabilidade econômica ao país numa eventual “terceira crise do dólar”, abrindo o leque brasileiro para o investimento em setores pouco desenvolvidos nacionalmente, como o setor de energia, setor industrial e na estruturação e educação nacional.



Autor:

Arthur Niedzulka Fonseca, acadêmico de Ciências Econômicas da UEA.




Sob supervisão do economista:

Dr. Max Fortunato Cohen, Conselheiro do CORECON-AM, Registro nº1.218.



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