Alguns Indicadores Econômicos no Âmbito do Setor da Construção Civil
Esta breve análise tem o objetivo de demonstrar a importância do setor da construção civil para a economia brasileira através de comparativos de alguns indicadores.
INDICADORES DE INFLAÇÃO
O INCC (Índice Nacional da Construção Civil), mede as variações de preços de materiais, serviços e de mão de obra da construção civil. Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), é o Índice oficial de inflação usado pelo IBGE. O período avaliado foi de janeiro de 2002 a abril de 2023.
Analisando o gráfico a seguir é possível observar que a inflação da construção civil teve um comportamento mais adverso em relação à inflação geral durante a maior parte do período observado, o que pode ser explicado pelo crescimento do setor da construção através do aumento de empreendimentos imobiliários e das obras para a Copa de 2014. Recentemente, o aumento do INCC deve-se às baixas taxas de juros praticados até final de 2021 que contribuiu para o aumento de demanda no setor imobiliário e que foi interrompido quando a taxa Selic aumentou e consequentemente tornou-se mais caro os financiamentos por imóveis.

INDICADORES DE PRODUTIVIDADE
Comparando os dados gerais do PIB com o PIB da construção civil de 2002 a 2023, percebe-se uma variação maior dos dados da construção civil. Dentre os fatores que influenciaram o crescimento do setor de construção destacam-se: o aumento da mão de obra, a criação dos programas de governo como “Minha Casa, Minha Vida” e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da realização dos Jogos de Copa do Mundo em 2011. Em relação aos dados recentes, o bom desempenho do PIB da Construção deve-se ao crescimento do setor imobiliário com a construção de empreendimentos residenciais, centros comerciais e de galpões.
Avaliando os períodos de queda, observa-se que aconteceram durante períodos de recessões econômicas que ocorreram em 2008, de 2014 a 2017 e por conta da pandemia da Covid-19 em 2020. Recentemente, a diminuição do PIB da Construção foi atribuída pela queda do setor imobiliário segundo um estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

INDICADORES DO MERCADO DE TRABALHO
Analisando os números absolutos do mercado de trabalho através do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – entre os períodos de janeiro de 2020 a abril de 2023, conclui-se que, com exceção de 2020 por conta do começo da pandemia, a variação mensal de empregos na construção civil foi considerada menor em comparação a variação geral de empregos. Demonstrando-se assim, que o mercado de trabalho no setor de construção civil é mais resiliente.

Observando os dados, é possível visualizar que a Construção Civil contribui para estimular a produtividade da economia brasileira gerando empregos diretos e indiretos. Logo, é importante a continuação de incentivos do setor público estimulando o setor privado, e assim, aquecer ainda mais o ramo da Construção Civil.
Autor:
Renan Neves, acadêmico de Ciências Econômicas da UFAM.
Editor Assistente e Revisor:
Renan Neves, acadêmico de Ciências Econômicas da UFAM.
Sob supervisão:
M.Sc. Ewerton Larry Soares Ferreira, Superintendente do SINDUSCON-AM.
Dr. Max Fortunato Cohen, Conselheiro do CORECON-AM, Registro nº1.218.