Bionegócios na Amazônia na visão do Dr. Spartaco Astolfi Filho
Updated: Apr 17

Na primeira edição do Finance Talks, o Dr. Spartaco Astolfi Filho participou da segunda rodada de conversa sobre negócios em bioeconomia, sendo entrevistado pelo conselheiro do CORECON-AM e coordenador do Clube de Finanças, Dr. Max Cohen.
A região amazônica possui um enorme potencial nessa área, que ainda é pouco explorada. O objetivo dessa rodada foi a discussão sobre quais fatores são necessários para o desenvolvimento de negócios em bioeconomia na região, e o papel do Estado nesse setor.
A bioeconomia pode ser utilizada para diversos produtos, sendo exemplos utilizados a terapia genética contra Alzheimer, insulina, fabricação do hormônio GH, criação de medicamentos e cosméticos. Para Spartaco, não existe uma solução fácil para os problemas enfrentados, considerando que a bioeconomia necessita de pessoas bem qualificadas e grandes investimentos para o seu desenvolvimento. É ressaltado durante a sua fala que o investimento educacional não deve ser focado apenas no ensino superior, sendo importante maiores investimentos na educação básica, proporcionando maior justiça social e a possibilidade de que as novas gerações possam ter a capacidade de se aprofundar nos estudos futuramente.
O Brasil possui um bom histórico de pesquisas na área de biologia molecular, tendo inclusive descoberto vários genomas. Logo, é possível notar que o país possui pesquisas e estudos na área de bioeconomia, faltando aplicar esses conhecimentos para o desenvolvimento de negócios. Um dos problemas enfrentados na área de bioeconomia é a lei de licitação, que acaba por burocratizar a pesquisa e a inovação. Outro problema é o baixo nível de investimento no setor, que necessita de pelo menos centenas de milhões para se desenvolver, além da demora dos resultados.
O Amazonas, além de enfrentar os problemas já ocorrentes em outros Estados, também sofre por ainda não ter se ajustado a lei federal que trata da inovação e pela falta de investimento na educação na área de biotecnologia na região. Outro ponto necessário é o desenvolvimento do espírito empreendedor nos pesquisadores, sendo necessário que a visão negativa sobre patentes e negócios presente no meio seja erradicada.
Ao final, foram feitas algumas perguntas, como dicas para que pesquisas que possam ser úteis e de sucesso. Segundo Spartaco, não se pode menosprezar o básico, porque ele pode ser muito importante para o futuro, mas que particularmente gosta de escolher assuntos que são relacionados com o desenvolvimento do país e melhorias das condições de saúde da população.
Outra pergunta relevante foi o papel do conselho científico de uma empresa e o que ajudaria para a sua competição no mercado. Segundo o entrevistado, o conselho teria duas grandes funções, que seria de analisar a viabilidade técnica científica e que também serviria como um radar, prospectando pessoas, projetos e novas ideias. O conselho acaba, portanto, sendo um organismo recrutador de pessoas e projetos para a companhia.
Autores:
Alex Paes dos Santos, acadêmico de Ciências Econômicas da UEA.
Graziela de Carvalho Martins, acadêmica de Ciências Econômicas da UEA.
Editora Assistente e Revisora:
Marian de Assis Andrade, acadêmica de Ciências Econômicas da UEA.
Sob supervisão do economista:
Dr. Max Fortunato Cohen, Conselheiro do CORECON-AM, Registro 1.218.