O potencial turístico do Amazonas
Updated: Apr 17
O conjunto de infraestrutura necessária para o incentivo do turismo em Manaus é um dos mais precários do Brasil. Sem um sistema de transporte e de comunicação, segurança eficiente e locais para entretenimento, o volume de turistas no Amazonas tem decrescido na última década.
Durante o ano de 2017, o Estado recebeu 586.470 turistas e em 2018 foram 607.973, representando um aumento de 3,67% segundo o Amazonastur. Contudo, no final de 2019 e, principalmente, início de 2020, a pandemia de COVID-19 surpreendeu todas as nações com um cenário completamente atípico que deixaria suas marcas na história dos anos que se sucederiam.
A pandemia causada pelo novo coronavírus contribuiu para a devastação de diversos setores da sociedade e da economia global, dentre eles, um dos pilares econômicos de inúmeros países: o turismo. Tanto que em 2020, o Amazonas apresentou um volume de 343.530 turistas, sendo uma queda de 45,01% em relação ao ano de 2019 que apresentou 624.744 turistas.
Mas nem tudo está perdido! Em janeiro deste ano, a capital amazonense apareceu em 41° lugar na lista de melhores cidades para se visitar do New York Times, sendo que somente duas cidades brasileiras estão na lista: Maranhão, com os Lençóis Maranhenses e Manaus, com destaque para a culinária regional.
É de conhecimento universal que a Amazônia, portadora de uma riqueza natural e cultural única, atrai os olhares e curiosidade do mundo afora. Recentemente, segundo dados da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas, no dia 04 de março de 2023 recebemos a chegada do navio “Volendam” como o sétimo navio a atracar em terras amazonenses, trazendo consigo mais de 2 mil pessoas que, de acordo com as expectativas, injetariam mais de 4 milhões de reais na economia manauara. Além disso, conforme a pesquisa realizada pela Amazonastur entre 8.925 cruzeiristas, o nível de aprovação da capital, levando em consideração a hospitalidade, a segurança, os restaurantes, a comida típica, opções de lazer, e entre outros, foi de 87,5%.
Desse modo, percebe-se que demanda não falta; mas, ainda assim, há um profundo déficit de uma oferta de qualidade de infraestrutura. O Porto de Manaus na temporada de cruzeiro, período em que a cidade mais recebe navios com turistas (março-maio), é um dos exemplos da precariedade de infraestrutura manauara. A porta de entrada para a cidade apresenta quantidade exorbitante de lixo, calçadas desniveladas e deterioradas, dificuldade de acesso à beira do rio, e risco de acidentes aos turistas e à população local.
Em outros estados brasileiros, podemos ver que há complexos bem organizados e estruturados para recepcionar os turistas. Beach Park (Fortaleza-CE), Beto Carrero World (Penha-SC) e Snowland (Gramado-RS) são apenas alguns dos mais famosos pontos turísticos quando estamos falando de Brasil.
Ou seja, apesar de possuirmos um leque de opções turísticas, como a gastronomia local, cultura indígena e regional, belezas naturais que compõem nossa fauna e flora, precisamos investir em: infraestrutura; acessibilidade; segurança; limpeza pública; bem-estar e lazer dos turistas. Dessa forma, atrelando-se com políticas públicas e investimentos para atração de novos visitantes, a fim de os turistas saírem com uma experiência única e saudosa para retornar, a nossa cidade poderá ser consolidada como um dos principais focos turísticos do Brasil.
Autores:
Gabriela Maria Corrêa Cavalcante Leite, acadêmica de Ciências Econômicas da UFAM.
Lucas Araújo Calado, acadêmico de Ciências Econômicas da UFAM.
Sara Marinho Rodrigues, acadêmica de Ciências Econômicas da UFAM.
Editora Assistente e Revisora:
Marian de Assis Andrade, acadêmica de Ciências Econômicas da UEA.
Sob supervisão do economista:
Aldemir de Carvalho Caetano Junior
Conselheiro do CORECON-AM, Registro 3.128